domingo, 25 de abril de 2010

Cena de Changalane

7h20 da manhã. Vento forte, frio de começo de dia, igualzinho a São Paulo. Passo no lugar de se lavar roupa para deixar tudo de molho no tanque. Dois alunos do curso de Formadores, ambos angolanos, já estão lá limpando os lençóis. Um só conta causos sobre a guerra civil. Só peguei um fragmento:

- Durante a guerra, em Luanda era complicado também. Quando as pessoas do sul chegavam lá, os outros já se punham a gritar e apontar “Sulanos, sulanos!”. Uma vez, um homem estava no aeroporto e alguém percebeu pela maneira de falar que ele não era de lá. “Sulano, sulano”, começaram. O moço tirou uma pistola de dentro da roupa e atirou. Matou dois, só de raiva.

E continuava...

- Antes de mudar para a cidade, morava no interior em uma aldeia. Até que os soldados chegaram lá e se assentaram para fazer o registro de todos: tinha que ter data de nascimento de todos, data de casamento dos casais, nomes dos filhos. Queriam saber para ter controle na hora de atacar. Foi quando decidi ir embora. Falei pra minha mãe: “Se quiser ficar, vocês ficam. Mas eu não vou ficar a esperar alguém me matar”. E fui pra cidade e não encontrei mais eles.

2 comentários:

  1. aixxx migaaaaaaaa,,,, que legal seu blogggggg,,,, até que enfim consegui entrar, hauhauhua
    Mto legal sua experiencia cara!!!! aproveita miga, e conta dp td p mim timtim por tim tim
    bjoooo naty

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  2. Elea, td bem??

    Caraca, mto legal seu blog, sua viagem, sua aventura!! A Fernanda (gerbeli) comentou do seu blog comigo e eu vim ver. Acho que, como já deu pra perceber, eu achei ele demais, rsrs.

    Boa sorte nessa experiência única que vc está vivendo. Espero que dê tudo certo pra vcs aí. To torcendo por vcs!!!

    Um grande beijo,

    Tocha

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