domingo, 9 de maio de 2010

O plano a seguir

Finalmente, esta semana que começa será nossa última como responsáveis pelas aulas de inglês. Primeiro, tivemos uma semana com os alunos do curso de formadores e entramos agora na terceira semana de aula com os estudantes do curso de combate à pobreza.

Os alunos são todos muito interessados, mas eu, particularmente, me identifico mais com a turma de agora. Pensar que estamos trabalhando e contribuindo com a formação de agentes comunitários, de pessoas que querem unir forças com a população moçambicana para mudar a realidade do país, me deixa muito feliz. Ainda mais quando temos oportunidades de criar um debate com eles, como dando um curso sobre ativismo, como apresentar um projeto comunitário, direitos da mulher, microcrédito.

A partir da semana que vem, vamos continuar dando apenas estas aulas com assuntos diversificados que influenciam diretamente no trabalho que eles têm a desenvolver, além de ajudar com clubes de estudos e debates à noite. Mas o mais legal mesmo é fora da escola...



Vamos, finalmente, passar bem mais tempo na comunidade de Changalane. A chefe do posto administrativo, bem como outros líderes locais, já se manifestaram a favor da nossa presença e se mostraram abertos a idéias e projetos para melhorar a vida da população. Vamos conversar com eles e ver onde precisam mais de nosso apoio.

Os problemas daqui são bem diferentes aos de Bilibiza, que era mais uma tribo com pouco contato com o mundo externo. Changalane, por sua vez, lembra um pouco as cidadezinhas extremamente pequenas do nordeste brasileiro, só que menor ainda, eu acho. Um dos maiores problemas que existe é a falta de água para beber, plantar, criar animais. A estação seca que começou agora só faz piorar a situaçao.



Enquanto não encontramos uma solução para isso, vamos trabalhar num prédio que a ADPP tem lá conhecido como "Oficina Pedagógica". A idéia era ser um lugar para as pessoas aprenderem a usar computador e terem aulas de inglês, inicialmente. Mas não estão sabendo tocar o projeto direito e eu e Gabriel queremos ajudar e implementar outras coisas, como uma criação de aves para consumo local, um clube com as meninas e ajudar a criar atividades de geração de renda com as famílias, dando um empurrãozinho com o dinheiro inicial.



Outra coisa que vamos tentar copiar de um outro voluntário é dar certidão de nascimento para as crianças de Changalane. A certidão é gratuita para os menos favorecidos, mas o isolamento da população e a falta de informação dificulta. Entrando em contato com o cartório de Maputo e arrumando transporte para os funcionários, é possível trazer o cartório a Changalane e realizar tudo daqui mesmo.

Estas são algumas das idéias que tivemos até agora, mas, como falei, semana que vem vamos conversar por lá e ver quais são as maiores necessidades mesmo. Por ora, espero que gostem das fotos.

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