quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os dias em Machava/Maputo Parte I

Nosso quinto dia em Maputo se passou, então achei que era hora de escrever de novo. Estamos presos aqui por algum tempo, já que na saída bagunçada do ônibus em Maputo acreditamos que alguém tenha furtado o passaporte do Gabriel. Fomos à embaixada brasileira na segunda e nesta quarta já temos um novo passaporte em mãos. O próximo passo para podermos sair daqui é resolver a questão do visto do Gabriel e o transporte à Bilibiza.

Quando estávamos nos EUA, prometeram que iríamos de avião à Pemba, a cidade grande mais próxima da isolada Bilibiza. Ao chegar aqui tivemos a intragável notícia de que teríamos que pegar um ônibus, fazendo uma viagem de provavelmente mais de uma semana, porque o orçamento de 6,500 meticais (moeda moçambicana) não seria suficiente para bancar uma passagem aérea. Durante esses dias presos aqui, pudemos pesquisar os preços e encontramos passagens por 5,100 meticais, incluindo taxas. Ou seja, tudo indica que vai rolar.

Enquanto isso, vamos matando o tempo por aqui. Já fomos a cinema, que claro só passa uns filmes bem antigos, e a buteco, comemos pizza e já até encontramos lugar que vende feijoada – só não sei se é igual à brasileira. O Gabriel jogou futebol com os meninos da comunidade. Eles corriam, corriam, esqueciam da bola e justificavam falando que era estilo inglês de futebol. Aliás, os meninos tinham até camiseta oficial do Manchester.
Superficialidades à parte, só de andar um pouco em Maputo, a capital do país, já dá pra ter um pouco de noção de quão subdesenvolvido é o lugar. Tem favelas espalhadas por todo o canto, calçadas destruídas na área nobre da cidade e o transporte público mais usado é a chapa, uma mini-van que sai entupida de gente que paga cerca de 7 meticais (cerca de USD 0,25) por uma carona.

Com isso, eu e Gabriel (e outros voluntários vivendo aqui em Machava) usamos muita boleia (ou carona) para chegar à cidade. Pode parecer loucura em primeiro momento, mas nas duas vezes que fizemos isso nos deixaram bem em frente à Embaixada Brasileira e os motoristas eram: 1- Policial; e 2- Coronel.

O Coronel Alex morou na Alemanha, no Zimbábue, em Cuba e falava russo, francês, inglês, espanhol, português e mais quatro idiomas locais africanos, não necessariamente da região de onde ele vinha, como o swahili. Muito mais rodado do que a gente. Ele disse para falarmos que conhecemos o Coronel Alex na Embaixada que isso vai ajudar sempre. Quem sou eu para discordar? Obedeço.

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