sábado, 20 de fevereiro de 2010

Chegada a Maputo

Foram cerca de dez horas interessantes para se dizer o mínimo de ônibus até Maputo.

Na rodoviária, logo percebemos que ser branco e com cara de turista (porque pelo menos na África do Sul tem bastante local com cara de europeu) atrai pessoas pedindo dinheiro. E nós dois com aquele monte de mala de quem vai morar seis meses fora não podíamos nem responder “Não tenho nada”.

A emoção reservada para as primeiras horas ficou só com uma manada de uns antílopes diferentes que agora não sei dizer de qual espécie e dois camelos (que num primeiro momento achei que fossem girafas por causa do pescoço longo). Até que o ônibus parou quando achamos cedo demais para ser a única parada da viagem toda. Não era. Foi uma parada forçada na verdade pela correia do motor que aparentemente se quebrou. Ou seja, teríamos que ser resgatados porque não tinha como continuar a viagem.

Mais ou menos uma hora mais tarde, apareceu um ônibus branco que ia para Maputo também. Embarcamos novamente e voltamos a nos concentrar na paisagem que passava mostrando as cidades pequenas, mas sempre bonitas e bem arrumadinhas daquele pedaço do país. Não ser se chegava a ser uma área rica, mas sei que vimos até uma Ferrari.

A surpresa do meio do caminho foi o show que estava passando na televisão do ônibus. Nada mais nada menos que nosso ídolo Fábio Jr. Sim, nem na África ele dá sussego.

Uma parada e três horas mais tarde, chegamos à fronteira da África do Sul com Moçambique. Bagunça. Do lado sul-africano algumas pessoas ofereciam meticais (moeda de Moçambique), mas não se comparava nem um pouco ao que encontramos do lado moçambicano. Muita gente estava ali vendendo cartões telefônicos, dólares, documentos. E ninguém sabia direito onde tinha que ir. E os dois brancos com cara de turista, pra variar, éramos ímãs ambulantes.

Uma hora mais tarde, conseguimos marcar nossa saída da África do Sul, nossa entrada em Moçambique e encontramos nosso ônibus do outro lado da fronteira já. Próxima parada foi só em Maputo, onde três taxistas se atracavam na saída do ônibus para conseguir clientes. Os três brigaram por nós dois, discutiam, se xingavam. No fim, pagamos dez dólares para um deles e viemos até a sede da ADPP (Ajuda de Povo para Povo – Humana People to People, em português).

Encontramos Danilo e Zé, como de esperado, além de Gleice e Diana, que na nossa cabeça estavam em Angola. Acontece que as duas não conseguiram o visto de trabalho e após três meses tiveram que deixar o país e vir a Moçambique terminar o programa aqui.

Aqui está muito mais quente que em Joanesburgo, tem mais mosquitos, mas tem internet, eletricidade e chuveiro quente. Cada um compra a sua comida, o que vai fazer a gente gastar mais agora no começo até conseguirmos ir a Cabo Delgado. Estamos conversando com o responsável aqui sobre ir de avião – querem mandar a gente de ônibus, mas não vamos deixar já que seria mais de uma semana até chegar.

A boa notícia é que tem internet em Bilibiza!!! Mas o uso da internet é condicionado ao funcionamento da eletricidade, então não é toda hora que teremos acesso. Temos macacos em volta da casa e um romeno que passou uma semana por lá disse que contou 22 elefantes um dia. Vejo se consigo postar as fotos dele outra hora.

Um comentário:

  1. espero que estejam bem!!!
    Só para colocar os dois a par do que se passa por aqui no Brasil: O filho do Fábio Jr. resolveu aparecer na mídia, com o nome artístico de Fiuk... pois é, além de tudo, aidna canta as músicas do pai... hahaha
    Beijos e mantenham contato.

    Camilla (Amiga do Gabiru, do cursinho!)

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