quinta-feira, 25 de março de 2010

O camaleão no meio do caminho

Na nossa última ida à vila para comprar pão e trocar uma das capulanas que estava manchada, levamos a máquina fotográfica. Em algum lugar entre a entrada e o centro, Gabriel me chamou atenção ao animal no meio da estrada. Era um camaleão verde brilhante, cada olho apontando para um lado, atravessando a rua lentamente.



O camaleão colocava uma pata à frente, puxava para trás, para frente de novo, para trás e finalmente concluía um passo. Começamos a tirar muitas e muitas fotos, observados por um grupo de locais sentados embaixo de uma árvore. Para variar um pouco, eles riam de nós e de nossa surpresa com o bicho.



De repente, num momento de distração minha por causa de algumas crianças correndo em nossa direção a gritar “kunha”, veio uma bicicleta e atropelou nosso mais novo amigo camaleão. O grupo que nos assistia soltou uma lamentação também e o bicho começou a andar desgovernado e mudar de cor.

Um cabrito se aproximou e, ao cheirar o réptil, fez todo mundo virar o rosto. Falei que não queria ver aquilo e saí andando. Mas o cabrito foi embora e nos deixamos ficar, torcendo e querendo que o camaleão ficasse bem, que só estivesse ferido e se curasse.

Ao contrário, nosso amigo foi mudando de cor, o verde deu lugar a um cinza esbranquiçado. Cambaleando, lutando para sair da estrada, o camaleão se rendeu e perdeu suas últimas forças. E nós seguimos nosso caminho ao centro, sem fotos da tragédia e tentando esquecer do acidente.



Obs: Na versão do Gabriel, o cabrito cheirou o camaleão antes da bicicleta chegar e atropelar o bicho. Eu discordo. E como sou eu quem está escrevendo, a versão publicada é a minha.

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